domingo, 11 de outubro de 2009

Fela Day - Brasil

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Articulação Nacional Fela Kuti

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Fela Kuti:
um dia para celebrar sua música e suas idéias



Aniversário do artista nigeriano, dia 15/10, inspira evento na Bahia e em mais sete estados do Brasil



Realizado anualmente em vários alguns, o Fela Day ganha primeira edição em Salvador na róxima quinta, 15 de outubro, data que marca o nascimento do músico nigeriano Fela Kuti. Realizado pelo coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia, o evento promoverá, através de várias atividades, um encontro com a música envolvente e com as idéias revolucionárias do artista, o pai do Afrobeat.

A programação inclui exibição de filme, roda de break, grafitagem, um seminário e um baile, tendo como destaque a presença do escritor e pesquisador cubano Carlos Moore, biógrafo de Fela Kuti radicado em Salvador.

A partir de Salvador, a comemoração chegou a outros estados, criando uma rede chamada Articulação Nacional Fela Kuti. Durante esta semana, grupos de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Brasília também promovem programas de rádio, saraus, shows, recitais, exposições e aulas sobre o nigeriano. A resposta foi imediata e ativistas de 8 estados apontaram positivamente para celebração, o que, sem dúvida, é um marco para expansão da música e do pensamento político do artista no país.

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Articulação Nacional Fela Kuti

Irmãos, Amigos e Parceiros favoráveis


Muitas serão as forma de participação de cada um, desde aprodução de evento, divulgação das ações e de Fela em si, assessorias e consultorias de forma geral. Esperamos contar também como público em gral: razão de ser de tudo isso!

01- Allan da Rosa (Edições Toró/ São Paulo)
02- Alessandro Buzo (Suburbano Convicto/I.Paulista-São Paulo)
03- Balbino (Cidadão Comum/Arembepe - Bahia)
04- Dom Filó (LUB/Rio de Janeiro-Rio de Janeiro)
05- Déo Cardoso (Cineasta/Fortaleza-Ceará)
06- Dudu-DMA (Enraizados/Morro Agudo-Rio de Janeiro)
07- Fábio Emecê (Bandeira Negra/Cabo Frio-Rio de Janiero)
08- Edson Cardoso (Jornal-Site Irohin/Brasília-Distrito Federal)
09- Gaspar (Z'África-Brasil/São Paulo-São Paulo)
10- GOG (Rapper - Só Balanõ - Griot / Brasília)
11- Horácio (Ativista /Porto Alegre-Rio Grande do Sul)
12- Irenilza Oliveira (Tradutora / Salvador Bahia)
13- Iris Amâncio (NANDYALA/Belo Horizonte-Minas Gerais)
14- Jabah Pureza (Músico/Recife-Oinda-Pernambuco)
15- Jef (Oquadro/Ilhéus-Bahia)
16- Luciana Matias (Negraria/Belo Horizonte-MG)
17- Luiz Gabriel (Coletivo Quiombo / Feira de Santana - Bahia)
18- MC Mamá (Hip Hop do Barreiro/ Alagoinhas-Bahia)
19- Mandrake (Portal Rap Nacional)
20- Murilo F (ministereo publico/Salvador-Bahia)
21- Mario Sartorello (Radio Educadora/Salvador-Bahia)
22- Nelson Maca (Blackitude/Salvador-Bahia)
23- Paulo Rogério Nunes (Instituto Mídia Étnica/Salvador-Bahia)
24- Preto Michel (Elo-da-Corrente - Pirituba-São Paulo)
25- Ramiro (Site Radiola Urbana)
26- Robson Véio (VEGAN - Blackitude / Salvador - Bahia)
27- Rodrigo dos Santos (Ator/Rio de Janeiro-Rio de Janeiro)
28- Silvio Oliveira (UNEB-Teafro/Alagoinhas-Bahia)
29- Vera Lopes (Atriz-Ativista/Porto Alegre-Rio Grande do Sul)
30- Zezzynho (LUB/Rio de Janeiro-Rio de Janeiro)
31- Zinho Trindade (Cia Capulanas/Embu das Artes-São Paulo)

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Carlos Moore

Professor e ativista cubano, biografo de Fela Anikulapo Kuti, comenta a importância política da celebração do “Dia de FELA” no Brasil

"A crescente importância da celebração do FELA DAY pelo mundo, a cada 15 de outubro, me parece ser um indício de que, além da morte, a mensagem libertária e anti-imperialista de Fela Kuti se espalha cada vez mais, inspirando as novas gerações em todos os continentes.

Na medida em que o papel principal do artista e do intelectual é o de alertar a sociedade para os perigos que a ameaçam, e para as tensões que a dividem, o auge no Brasil da música de Fela é um fenômeno politicamente importante, culturalmente salutar e artisticamente rico.

Fela dedicou sua vida toda à luta em favor daqueles que Frantz Fanon chamou de ‘Condenados da Terra’. Ele denunciou o absurdo grotesco das iniquidades sociais em todos os países. Fela foi, inclusive, o primeiro a identificar, de maneira clara, a emergência de um novo monstro planetário, sem fronteiras físicas, éticas ou morais: a globalização capitalista. Ele chamou o novo sistema de ‘Ladrões Internacionais’ (International Thief Thief) e de ‘Monstros sem Nação (Beasts Without Nation).

Assim, é significativo e importante que, no Brasil, país que parece destinado a se constituir em potência internacional neste século XXI, a mensagem "felakutista" esteja se propagando no momento com tanta força. Talvez esse seja um antídoto eficaz que contribua para impedir que o Brasil, no seu crescimento como potência, enverede pelos caminhos equivocados e nefastos que os Estados Unidos tomaram no século XIX.

Acho que a música AfroBeat e a mensagem política libertária do Fela Kuti podem ajudar os brasileiros a contemplar e lutar por um mundo mais justo, mais democrático e mais solidário - dentro e fora das fronteiras do Brasil.”


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Fela Kuti

Pai do Afrobeat

O feito que consagra Fela Kuti é a elaboração da música Afrobeat. Chegando ao auge nas décadas de setenta e oitenta, representa uma fusão da música tradicional da Nigéria com as inovações do Highlife de Ghana, além de ritmos cubanos e elementos do sopro do jazz. Tudo potencializado no encontro, pontual, com as guitarras e baixos da soul music norte-americana.

Definitivamente, há um Fela antes e um Fela depois de sua descoberta de James Brown, que chega em sua vida juntamente com Malcolm X. Daí resultou uma música de pegada brutal justaposta por letras de alta tensão política e racial. Fela afirmou que a politização profunda de sua música, sua descoberta da africanidade real, se deu quando morou nos EUA. A responsável por isso foi Sandra Smith Isidore, sua namorada então, que pertencia aos quadros do Black Panters. Foi ela que primeiro questionou Fela sobre a importância do que falavam suas letras. Também apresentou a ele a auto-biografia de Malcolm X e a música de James Brown

As canções de Fela quebram totalmente as convenções tradicionais das músicas ocidentais e/ou “comercias”. Para se ter uma idéia, são músicas de 15, 20 minutos ou mais. Introduções longas, improvisações, repetições, chamamentos e respostas. O mais genial é a junção desses elementos em suas performances ao vivo, por se tratar de um instrumentista múltiplo, religioso praticante no palco e também um grande dançarino. Some-se a isso a competência de seus músicos juntamente com os coros e coreografias de suas esposas e não haverá limites conhecidos.

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Fela Kuti

Palcos da Broadway, Telas de Hollywood,
ondas da Educadora, linhas do Boletim do Kaos


O ano de 2008 e 2009 preparam para um futuro próximo a explosão midiática para a obra de Fela Anikulapo Kuti. Fela já é, sem dúvida, um fenômeno internacional, porém centrado numa audiência mais selecionada, um público mais segmentado enfim. Porém, na avaliação de pessoas como seu biógrafo Carlos Moore, Fela deve se transformar numa espécie de bob Marley da África. Assim ele vem sendo considerado por muitos.

Além de, final e concretamente, os direitos sobre o conjunto de sua obra estar em negociação efetiva com um selo de alcance internacional, sua vida começa a interessar a Meca do cinema e do Teatro de grande apelo público. Sua vida é tema de uma peça que estreou, em outubro de 2008, no circuito Off Broadway, e que gora, em outubro de 2009, chega, rapidamente, a Broadway.

Além desta conquista, também sai prepara para estrear em filme de produção hollywoodiana. Na produção do filme conta com invetimento de gente do porte de Jay Z e Will Smith, cotado para representar o músico na tela. Além desta versão hollyoodiana em processo, há uma outra que começa a se configurarae e qu edeve causar muito barulho: sabe-se que a biogra Fela Kuti: This Bich of Life escrita por Carlos Moore está em mãos de Spike Lee e que este cogita efetivamente a possibilidade de também firmar sua versão do "Black President" nigeriano.

Neste contexto, será lançado dia 25 de outubro, dia estréia do Musical Fela na Broadway, um site internacional da peça com texto de apresentação original exclusivo do Professor Carlos Moore. Para nossa alegria, este texto foi disponibilizado à noss Articulação Nacional Fela Kuti e já está em mãos da tradutora Irenilza Oliveira, nossa parceira e irmã Irê, que prometeu nos apresentar o texto em Português na quarta feira próxima, dia 14, para, no dia do aniversário de Fela Kuti, 15. O texto será publicado simultaneamente em diversos blogs, sites e outros formatos da web através da Articulação Nacional Fela Kuti e respectivos parceiros.

Desde já, todos os interessados em publicá-lo podem entrar em contato com a gente no
blackitude@gmail.com

Desde o dia 1 de outubro o Jornal Boletim do Kaos, de São Paulo, editados pelo irmãos Alessandro Buzo e Alexandre de Maio, está na rua com um texto que escrevi sobre Fela Kuti e que inauguro efetivamente nosso Fela Day.

Localmente, a Bahia terá notícias biográficas de Fela Kuti e mostras sua música na programação da semana da Radio Educadora, que integra esta frente, sendo dedicado o Programa Rádio África do sábado, 18 de outubro, totalmente ao artista nigeriano morto em 1997.

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Fela Kuti

A Música é a Arma


Documentário sobre Fela Anikulapo Kuti, dirigido, em 1982, por Stéphane Tchal-Gadgieff e Jean Jacques Flori, "Music Is The Weapon" é essencial para todos saberem mais sobre o artista e sobre a história da música africana.

O filme centra-se em declarações do nigeriano Fela Kuti, criador da música afrobeat, que estabeleceu a relação explosiva entre a música tradicional africana, as novidades do higlife de Gana, os ritmos afro-cubanos e, destacadamente, a influência norte-americana do Jazz e da Black Music. A soma deste lastro musical juntamente com a vivência de Fela Kuti com o Movimento Black Power e com o Panafricanismo estabelece a fusão primordial da experiência afrobeat: arte e ativismo revolucionários bem captados neste registro histórico incomparável.

Além da localização da genialidade de Fela Kuti, o documento apresenta imagens do cotidiano do artista, como sua propriedade, a República Kalakuta, e sua casa noturna, África Shrine - ambas declaradas territórios independentes dentro do país. O filme é uma mostra concreta da de enfrentamento que faz o “Presidente Negro” ao seu conflitante e violento cotidiano da Nigéria nas décadas de sessenta e setenta principalmente.

Incrivelmente dançante em si, a música de Fela Kuti cresce magistralmente sua tensão quando em processo performático (ao vivo). Além de tocar vários instrumentos, acompanhado de incrível “big band”, África 70 (depois Egito 80), e de um corpo de dançarinas formado por suas esposas, ele próprio era também cantor e dançarino.

Enfim, além de sua expressão estética permeada por suas práticas religiosas e espirituais, o vídeo valoriza o pensamento político do artista mais revolucionário que a África contemporânea produziu. Sua música foi, efetivamente, sua principal arma!
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Imagens:
1 e 2 - Fela Anikulapo Kuti
3. Carlos Moore
4. This Bitch of Life (Essa Puta Vida)
Biografia por Carlos Moore / Inglaterra (1982)
4. This Bitch of Life (Essa Puta Vida)
Biografia por Carlos Moore / EUA (2009)

6. DVD: Fela Kuti: Music Is The Weapon
(A música é a Arma)

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Veja nas postagens abaixo um pouco como o Brasil celebra Fela Kuti.
Logo tem mais... muita gente se envolveu nesse processo!


Nelson Maca - Blackitude.Ba
Exu Encruzilhador de Caminhos Consequentes

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2 comentários:

  1. Olá Nelson, Muito Show este Blog! Adorei saber do trabalho e ver os comentários do profº Carlos Moore sobre o Feladay! Este dia vai ser inesquecível!!! Como dizem os Moçambicanos Warethwa! (Siga Em frente!)Denise Guerra. http://afrocorporeidade.blogspot.com

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  2. A propósito, convido-o para que seja seguidor do meu Blog. Grande Abraço! Axé!

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